Dr. Rodrigo Yunes

Discopatia degenerativa lombar

Você se levanta pela manhã com dores nas costas, sente desconforto ao permanecer sentado por algumas horas ou percebe que atividades que antes eram simples agora causam dor na região lombar? Estes podem ser sinais de discopatia degenerativa lombar, uma condição que afeta até 80% das pessoas em algum momento da vida e que, quando não gerenciada adequadamente, pode evoluir para dores crônicas debilitantes, limitações severas de movimento e comprometimento significativo de sua qualidade de vida, afetando trabalho, lazer e até mesmo o sono. Felizmente, com diagnóstico preciso e uma abordagem terapêutica integrada que combina tratamentos médicos, fisioterapia e mudanças estratégicas no estilo de vida, é possível controlar efetivamente os sintomas, preservar a funcionalidade e retornar às atividades cotidianas com conforto, mesmo que o processo degenerativo natural não possa ser completamente revertido.

O que é?

Discopatia degenerativa lombar é uma condição que afeta os discos intervertebrais localizados na região lombar da coluna vertebral, notadamente os dois últimos, L4 e L5. Os discos intervertebrais são estruturas em forma de anel localizadas entre as vértebras lombares, que atuam como amortecedores e permitem o movimento flexível da coluna, além de importante estabilização vertebral.

Vídeo sobre Discopatia degenerativa da coluna lombar

Quais as causas?

A Discopatia degenerativa lombar ocorre quando os discos intervertebrais na região lombar sofrem degeneração e desgaste ao longo do tempo. Essa degeneração pode ser resultado do envelhecimento natural, desidratação dos discos, perda de elasticidade e resiliência, além de fatores como lesões, sobrecarga mecânica ou predisposição genética.

Acima, imagem de ressonância magnética mostrando o aspecto normal dos discos (brancos, com altura preservada e com os anéis fibrosos íntegros)

Acima, neste estágio inicial, o disco já é preto, pode apresentar protrusões posteriores (seta) com fissura do disco e até achatamento discal leve.

Uma vez iniciado este processo, ele é progressivo e irreversível. A evolução para as fases avançadas é inexorável.

O disco então passa a ter um processo inflamatório ao seu redor, com alterações no platô das vertebras (sinais de MODIC) e calcificações posteriores do disco, levando então a dores intensa, constantes, na região lombar e início das radiculopatias (dores no nervo ciático).

Ilustração dos padrões de MODIC.

Imagem de ressonância mostrando as alterações de MODIC.

Quais os sintomas?

Os principais sintomas da Discopatia degenerativa lombar incluem dor na região lombar, que pode ser constante ou intermitente, rigidez na coluna vertebral, limitação dos movimentos, dor irradiada para as nádegas, coxas ou pernas (dor ciática), formigamento ou dormência nessas áreas e fraqueza muscular nos membros inferiores.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Discopatia degenerativa lombar é realizado por um médico especialista, neurocirurgião, por meio da análise dos sintomas, histórico médico e exames de imagem, como radiografias, ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC). Esses exames permitem visualizar as alterações estruturais dos discos e identificar possíveis compressões nervosas ou outras condições associadas.

Quais os tratamentos?

Tratamento conservador

O tratamento da Discopatia degenerativa lombar geralmente começa com medidas conservadoras, como repouso, fisioterapia, exercícios de fortalecimento e alongamento, analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e melhorar a função. A aplicação de calor ou gelo também pode proporcionar alívio temporário, além de infiltrações espinhais.

Tratamento cirúrgico

Em casos mais graves, quando o tratamento conservador não é eficaz, pode ser considerada a opção cirúrgica, que pode envolver a remoção do disco afetado (Discectomia) ou a fusão vertebral para estabilizar a coluna vertebral.

É importante destacar que o tratamento da Discopatia degenerativa lombar é individualizado, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a idade do paciente, a resposta ao tratamento conservador e outros fatores específicos. É fundamental consultar um médico especialista para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado, visando aliviar a dor, melhorar a função e promover a qualidade de vida.

A discopatia degenerativa lombar é uma condição complexa que deve ser abordada de forma multidisciplinar. É importante entender que:

  • Alterações degenerativas são parte normal do envelhecimento e nem sempre causam sintomas;
  • A correlação entre achados de imagem e dor não é direta;
  • A maioria dos pacientes responde bem ao tratamento conservador;
  • O tratamento deve ser personalizado e considerar as necessidades específicas de cada paciente;
  • Auto-manejo e modificações no estilo de vida são componentes essenciais do tratamento a longo prazo

Com uma abordagem abrangente que combina tratamentos médicos, autocuidado e modificações no estilo de vida, a maioria das pessoas com discopatia degenerativa lombar consegue manter uma boa qualidade de vida e funcionalidade, mesmo que o processo degenerativo não possa ser completamente revertido.

O mais importante é entender que a dor crônica lombar é multifatorial e requer uma abordagem igualmente multifacetada para seu tratamento eficaz.

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Referências:

Discopatia Degenerativa