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ToggleVocê acorda com o pescoço rígido, sente dores frequentes que irradiam para os ombros, ou experimenta formigamento nos braços ao usar o celular? Estes podem ser sinais de discopatia degenerativa cervical, uma condição que afeta mais de 80% das pessoas acima de 50 anos e que, se não tratada adequadamente, pode progredir para complicações neurológicas mais graves, comprometendo significativamente sua qualidade de vida e capacidade de realizar atividades cotidianas. Felizmente, avanços na compreensão desta condição e nas opções terapêuticas disponíveis permitem que a maioria dos pacientes encontre alívio efetivo através de uma combinação de tratamentos conservadores, mudanças no estilo de vida e, quando necessário, intervenções cirúrgicas modernas e minimamente invasivas.
O que é?
A Discopatia degenerativa cervical é uma condição que afeta os discos intervertebrais localizados na região cervical da coluna vertebral. Os discos intervertebrais são estruturas em forma de anel localizadas entre as vértebras cervicais, que atuam como amortecedores e permitem o movimento flexível da coluna.
Vídeo sobre Discopatia degenerativa da coluna cervical
Quais as causas?
A Discopatia degenerativa cervical ocorre quando os discos intervertebrais na região cervical sofrem degeneração e desgaste ao longo do tempo. Essa degeneração pode ser resultado do envelhecimento natural, desidratação dos discos, perda de elasticidade e resiliência, além de fatores como lesões, sobrecarga mecânica ou predisposição genética. O tabagismo crônico está relacionado diretamente a esta condição.
Quais os sintomas?
Os principais sintomas da Discopatia degenerativa cervical incluem dor no pescoço, que pode ser constante ou intermitente, rigidez na coluna vertebral, limitação dos movimentos, dor irradiada para os ombros, braços e mãos, formigamento ou dormência nessas áreas, e fraqueza muscular nos membros superiores e até dificuldade para deambulação.
Esses sintomas podem ser exacerbados por atividades que aumentam a carga na coluna cervical, como movimentos de flexão, extensão ou rotação do pescoço. A dor pode variar de leve a intensa e pode afetar a qualidade de vida do indivíduo, limitando suas atividades diárias e a capacidade de realizar tarefas físicas.

Acima, padrões de distribuição da dor cervical nos casos leves onde ainda não existe compressão direta aos nervos.

Acima, trajeto da dor radicular (cervicobraquialgia) nos casos moderados, quando já existe compressão direta aos nervos.

Na imagem acima, o ponto branco na medula mostra a lesão medular (mielomalácia) decorrente de compressão crônica. Nestes estágios já pode existir paraplegia ou tetraplegia.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da Discopatia degenerativa cervical é realizado por um médico especialista, um neurocirurgião, por meio da análise dos sintomas, histórico médico e exames de imagem, como radiografias, ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC). Esses exames permitem visualizar as alterações estruturais dos discos e identificar possíveis compressões nervosas ou outras condições associadas.

Acima, ressonância magnética cervical mostrando a anatomia normal dos discos, sem compressão medular.

Na imagem acima, ressonância mostrando francas compressões na medula nervosa decorrente de 3 protrusões discais. Na figura da direita, veja um pequeno sinal branco de mielomalácia (lesão medular – seta).
Quais os tratamentos?
Tratamento conservador
O tratamento da Discopatia degenerativa cervical geralmente começa com medidas conservadoras, como repouso, fisioterapia, exercícios de fortalecimento e alongamento, analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e melhorar a função. O uso de colar cervical ou terapias de tração também pode ser recomendado em alguns casos iniciais e leves, sem compressão medular.
Tratamento cirúrgico
Em situações mais graves, quando o tratamento conservador não é eficaz, pode ser considerada a opção cirúrgica, que pode envolver a remoção do disco afetado (Discectomia com Artrodese) para estabilizar a coluna cervical, ou em pacientes jovens, com um disco degenerado isolado, a Artroplastia cervical.
É importante destacar que o tratamento da discopatia degenerativa cervical é individualizado, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a idade do paciente, a resposta ao tratamento conservador e outros fatores específicos. É fundamental consultar um médico especialista para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado, visando aliviar a dor, melhorar a função e promover a qualidade de vida.
A discopatia degenerativa cervical é uma condição frequente que, embora faça parte do processo natural de envelhecimento, pode ser significativamente influenciada por fatores comportamentais e ambientais. O reconhecimento precoce dos sintomas e a implementação de estratégias apropriadas de tratamento e prevenção são fundamentais para minimizar seu impacto na qualidade de vida.
A maioria dos pacientes responde bem ao tratamento conservador, com apenas uma pequena parcela necessitando de intervenção cirúrgica. O manejo adequado desta condição requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos especialistas, fisioterapeutas e o engajamento ativo do paciente em seu processo de recuperação.
Com os avanços constantes nas técnicas diagnósticas e terapêuticas, as perspectivas para pacientes com discopatia degenerativa cervical continuam melhorando, permitindo não apenas o alívio dos sintomas, mas também a preservação da função e da qualidade de vida a longo prazo.
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Referências:
- Dr. Rodrigo Yunes,
- https://aospine.aofoundation.org/

Experiente neurocirurgião especialista em coluna, formado em Medicina pela UNIFESP, com residência em neurocirurgia também pela UNIFESP. Autor dos livros “Desmistificando a hérnia de disco” e “Dominando o MIS TLIF”, é membro da AOSpine International. Sua clínica está localizada na Vila Mariana, em São Paulo – SP.