Dr. Rodrigo Yunes

Dor lombar (lombalgia)

Dor lombar, dor na coluna lombar ou lombalgia (nome técnico) é um sintoma comum, que tanto pode ser leve quanto debilitante. Pode ter várias causas, que nem sempre são identificadas. Conheça os tipos, tratamentos e quando pode ser sinal de uma condição grave.

Neste conteúdo, você vai saber:

O que é lombalgia?

É a dor sentida na parte inferior das costas, que pode se manifestar de várias maneiras, dependendo da causa subjacente e da gravidade do problema. É um sintoma, não uma doença em si.

A região lombar fica localizada acima das nádegas e abaixo da caixa torácica. Essa área desempenha um papel crucial no suporte ao peso do corpo e na facilitação de movimentos, o que a torna suscetível a lesões e dores.

Quais os sintomas?

Os sintomas da dor lombar são:

  • Dor na região inferior das costas
    • Pode variar de leve e incômoda a intensa e debilitante.
    • Pode ser localizada ou se espalhar por uma área maior.
  • Rigidez na região lombar
    • Especialmente após longos períodos sentado ou em pé.
    • Pode dificultar movimentos simples, como se inclinar ou levantar objetos.
  • Dor irradiada
    • Pode se estender para as nádegas e pernas (dor ciática).
    • Pode ser acompanhada de formigamento ou dormência.
  • Sintomas adicionais
    • Em casos mais graves, pode haver fraqueza nas pernas.
    • Perda de controle da bexiga pode ocorrer, necessitando de atenção médica imediata.

Quais as causas?

A dor lombar pode ser causada por uma variedade de fatores, que podem estar relacionados à estrutura da coluna ou não:

  • Causas Relacionadas à Estrutura da Coluna
    • Hérnia de Disco: Ocorre quando o núcleo interno de um disco intervertebral se projeta para fora, pressionando os nervos próximos.
    • Degeneração Discal: Com o envelhecimento, os discos intervertebrais podem perder sua flexibilidade e capacidade de amortecimento, causando dor.
    • Estreitamento do Canal Vertebral (Estenose Espinhal): Ocorre quando o espaço ao redor da medula espinhal se estreita, pressionando os nervos.
    • Espondilolistese: Uma vértebra desliza para fora do lugar, geralmente sobre a vértebra abaixo dela.
    • Fraturas Vertebrais: Podem ser causadas por traumas ou condições como Osteoporose.
  • Causas Relacionadas a Outros Problemas
    • Tensões Musculares ou Ligamentares: Movimentos bruscos ou levantar objetos pesados de forma inadequada podem causar estiramentos.
    • Postura Inadequada: Má postura ao sentar, em pé ou durante o sono pode contribuir para a dor lombar.
    • Obesidade: Excesso de peso pode aumentar a pressão sobre a coluna vertebral.
    • Sedentarismo: Falta de atividade física pode enfraquecer os músculos que suportam a coluna.
    • Condições Sistêmicas: Doenças como Artrite Reumatoide ou Fibromialgia podem causar dor lombar.
    • Infecções ou Tumores: Embora raros, podem afetar a coluna e causar dor.
    • Problemas Renais: Como infecções ou pedras nos rins, que podem causar dor referida na região lombar.

Quais os tipos?

A dor lombar pode ser classificada de várias maneiras, dependendo da causa subjacente e das características da dor. Aqui estão as principais classificações:

  • Quanto à duração
    • Aguda: Dura menos de seis semanas. Geralmente é causada por lesões ou esforços repentinos.
    • Subaguda: Dura entre seis semanas e três meses.
    • Crônica: Persiste por mais de três meses. Pode ser mais complexa e associada a condições subjacentes.
  • Quanto à causa subjacente
    • Mecânica: A mais comum, resultante de problemas nos músculos, ligamentos, discos intervertebrais ou vértebras. Exemplos incluem hérnia de disco e estiramento muscular.
    • Não Mecânica: Inclui condições inflamatórias, infecciosas ou tumorais, como Espondilite Anquilosante ou infecções vertebrais.
    • Referida: A dor é sentida na região lombar, mas sua origem está em outra parte do corpo, como em casos de problemas renais ou ginecológicos.
    • Lombalgia Inflamatória: Persiste por mais de três meses. Pode ser mais complexa e associada a condições subjacentes.
    • Lombalgia Discogênica: Originada de problemas nos discos intervertebrais, como degeneração ou hérnia de disco.
    • Lombalgia Muscular: Causada por tensão ou lesão nos músculos da região lombar, frequentemente devido a esforço excessivo ou má postura.
  • Quanto à identificação da causa
    • Lombalgia Inespecífica: Não tem uma causa claramente identificável e é o tipo mais comum, diagnosticada após a exclusão de causas específicas e graves.
  • Quanto à resposta ao tratamento
    • Lombalgia Refratária: Dor que não responde adequadamente aos tratamentos convencionais, como medicamentos e fisioterapia, podendo exigir abordagens terapêuticas mais avançadas.
  • Quanto à estrutura
    • Lombalgia Musculoesquelética: Envolve estruturas do sistema musculoesquelético, incluindo músculos, ossos, ligamentos e articulações, resultante de lesões ou desgaste mecânico.
  • Outros critérios
    • Lombalgia Ocupacional: Relacionada ao ambiente de trabalho, especialmente em ocupações que envolvem levantamento de peso, posturas inadequadas ou movimentos repetitivos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Lombalgia geralmente é feito por meio de uma avaliação clínica, que envolve a história clínica do paciente, exame físico e, em alguns casos, exames de imagem, como radiografias, ressonância magnética ou tomografia computadorizada. O objetivo do diagnóstico é identificar a causa subjacente da Lombalgia e direcionar o tratamento apropriado.

Quando é preocupante?

Procure atendimento médico quando:

  • Dor Intensa e Persistente: Se a dor for muito intensa, não melhorar com repouso ou analgésicos comuns, ou piorar progressivamente, é importante procurar avaliação médica.
  • Perda de Sensação ou Fraqueza: Se houver dormência, formigamento ou fraqueza nas pernas, pode indicar compressão nervosa significativa.
  • Alterações na Função Intestinal ou Vesical: Perda de controle sobre a bexiga ou intestinos pode ser um sinal de síndrome da cauda equina, uma emergência médica.
  • Histórico de Traumatismo: Se a dor surgir após um acidente ou queda, é essencial descartar fraturas ou outras lesões.
  • Febre ou Perda de Peso Inexplicada: Esses sintomas podem indicar uma infecção ou condição sistêmica, como um tumor.
  • Histórico de Câncer: Pacientes com histórico de câncer devem estar atentos a dores lombares persistentes, pois podem ser um sinal de metástase.
  • Idade Avançada ou Uso Prolongado de Corticosteroides: Pessoas nesses grupos podem ter maior risco de fraturas vertebrais.

Tem cura?

  • Nos casos de lombalgia aguda, a dor pode cessar com tratamento adequado ou até mesmo espontaneamente.
  • Nos casos de lombalgia crônica, a cura é mais difícil, e o tratamento visa ao manejo eficaz dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida.
  • Se a lombalgia é causada por uma condição específica (como hérnia de disco, estenose espinhal ou artrite), o tratamento dessa condição pode resultar em uma melhora significativa ou até mesmo na resolução completa da dor.

Quais os tratamento?

O tratamento da lombalgia depende da fase em que ela está.

Como aliviar a dor lombar na fase aguda?

Na fase aguda, o tratamento da lombalgia tem como objetivo principal aliviar a dor e permitir que o paciente retome suas atividades normais o mais rápido possível. No artigo “Como aliviar a dor na lombar”, você encontra as orientações detalhadas.

Além das orientações, é importante destacar que você deve buscar atendimento médico:

  • se apresentar algum dos sintomas preocupantes (apresentados acima),
  • se a dor não melhorar em duas ou três semanas, mesmo que não seja severa.

Qual o tratamento para lombalgia crônica?

A lombalgia crônica é uma condição em que a dor persiste por mais de três meses. Seu tratamento ocorre ao tratar a causa subjacente da dor.

Na maior parte dos casos, no entanto, a causa pode não ser claramente identificável (lombalgia inespecífica), ou pode estar associada a múltiplos fatores. Nestas circunstâncias, o tratamento pode ser mais complexo, pois envolve tanto a gestão dos sintomas quanto a abordagem de fatores subjacentes ou contribuintes. Eles podem abranger:

  • Medicamentos: podem incluir analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares ou, em alguns casos, medicamentos para tratar a dor neuropática.
  • Fisioterapia e Exercícios: programas de exercícios personalizados são fundamentais. Eles ajudam a fortalecer os músculos que suportam a coluna, melhoram a flexibilidade e promovem uma melhor postura.
  • Terapias Complementares: como acupuntura, quiropraxia ou massagem, que podem oferecer alívio adicional para alguns pacientes.
  • Intervenções Minimante Invasivas: injeções de corticoides ou bloqueios nervosos podem ser considerados para alívio temporário da dor.
  • Cirurgia: geralmente é considerada apenas quando outras opções de tratamento falharam e se houver uma causa estrutural identificável que possa ser corrigida cirurgicamente.

O objetivo do tratamento da lombalgia crônica é melhorar a função, reduzir a dor e ajudar o paciente a retomar suas atividades diárias com o mínimo de desconforto possível. A abordagem é frequentemente personalizada, levando em consideração as necessidades e circunstâncias individuais de cada paciente.

Perguntas relacionadas

Dor na lombar que desce para as nádegas e pernas: o que pode ser?

Esse tipo de dor pode ser indicativo de várias condições, sendo as mais comuns:

  • Ciática: É causada pela compressão ou irritação do nervo ciático. A dor geralmente segue o trajeto do nervo, descendo pela nádega e pela parte posterior da perna.
  • Hérnia de disco lombar: Ocorre quando o núcleo de um disco intervertebral pressiona um nervo adjacente. Pode causar dor, dormência ou formigamento que se irradia pela perna.
  • Estenose do canal vertebral: Refere-se ao estreitamento do canal vertebral, que pode comprimir nervos. Causa dor que piora ao caminhar e melhora ao sentar.
  • Síndrome facetaria: Degeneração das articulações facetárias da coluna. Pode causar dor lombar que irradia para as nádegas e parte superior das coxas.
  • Síndrome do piriforme: Compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme. Causa dor na nádega que pode se irradiar para a perna.
  • Radiculopatia: Compressão ou irritação de uma raiz nervosa. Pode causar dor, fraqueza ou alterações de sensibilidade no trajeto do nervo afetado.

Dor lombar ou no rim: como diferenciar?

Para diferenciar entre as duas condições, é importante observar como o movimento afeta a dor. A dor lombar geralmente piora com o movimento, enquanto a dor nos rins normalmente não é afetada. A localização precisa também pode ser um indicador: a dor renal tende a ser mais profunda e pode irradiar para a virilha ou abdômen inferior. A presença de sintomas urinários é mais comum em problemas renais. Além disso, a dor renal tende a ser mais intensa e não alivia facilmente. A presença de febre é mais frequente em problemas renais.

Qual o CID para Lombalgia?

O CID para Lombalgia, tanto aguda quanto crônica, é M54.5.

Infográfico

infográfico lombalgia

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